domingo, 31 de maio de 2015

Para memória futura. 
Para que nunca me esqueça.
Porque é importante que recorde, sempre, de onde venho.  E porque só assim saberei para onde ir.
Porque a minha memória é a minha casa.  É como um tapete onde ando descalça.  E as lembranças, essas, são pedaços de algodão sobre ele, que tento agarrar com os dedos dos pés, enquanto as percorro.
Para que conste.  Sempre.
Porque só quem respeita o passado, pode sonhar com o amanhã. E compreender melhor o hoje.
Saudosista?  Eu?  Claro que sim!  Tenho tanto para lembrar!  Uma mão cheia de histórias.  E um punhado de sonhos.
Porque também sei que já tenho mais passado que futuro.  Mais ontem que amanhã.  E o hoje, que é só meu.
Para memória futura. 
Para que conste...
(Lourenço Marques, 1973)

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