terça-feira, 7 de abril de 2015

Hoje vi-te da minha janela.  Trazias pelo braço a tua nova companheira e conversavam.  Pareceste-me tranquilo.  Ela também tinha um semblante sereno. 
Já não te via há uns tempos, achei-te envelhecido.  O teu cabelo está quase branco e reparei que engordaste.  Passou por ti o mesmo tempo que por mim, mas hoje, ao olhar-te, pareceu-me que as suas marcas estavam todas no teu rosto.  Será por ter estado tanto tempo sem te ver?  É possível, vendo bem eu encontro-me todos os dias em frente ao espelho e as mudanças que ocorrem no meu rosto são quase imperceptíveis.  Ou melhor, só as noto quando seguro nas mãos uma fotografia do passado.  Como aconteceu contigo hoje, quando levantei os olhos e te vi sair do passado e caminhar pela rua neste presente que vivo...

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