Hoje acordei com um aperto no peito. Sonhei a noite inteira que a minha vida tinha chegado ao fim e que não teria mais tempo para fazer o que ainda me falta. Voltar a Paris. Despedir-me dos amores. Dos amigos. Lanchar, uma última vez, nas Vicentinas, em Lisboa. Beber um gin no Procópio, depois do cinema. Olhar o pôr do sol em Cascais, a minha mão dentro da tua. Ficar a ver a chuva cair dentro do mar. Passear sem destino. Escolher o local para as próximas férias. Coisas importantes e que não podem ficar sem ser feitas. De todo!
Esta manhã, ao abrir os olhos, percebi que comecei a fazer hoje o caminho de regresso. Para o lugar de onde vim. Para ir ter contigo, ao sítio onde me esperas. Para te voltar a abraçar. Para ter, outra vez, tempo para te olhar, enquanto me falas de ti. E me perguntas por mim. E tanto que tenho para te contar...
Da próxima vez que aqui voltar, sei que não me vou lembrar que já cá estive antes. Todas as memórias que me enchem a cabeça e o coração serão apagadas. Ou não... porque, por vezes, tenho a sensação de estar neste tempo a viver uma outra vida paralela. Como quem vive em dois mundos...
quarta-feira, 11 de março de 2015
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