quarta-feira, 11 de março de 2015

Hoje acordei com um aperto no peito.  Sonhei a noite inteira que a minha vida tinha chegado ao fim e que não teria mais tempo para fazer o que ainda me falta.  Voltar a Paris.  Despedir-me dos amores.  Dos amigos.  Lanchar, uma última vez, nas Vicentinas, em Lisboa.  Beber um gin no Procópio, depois do cinema.  Olhar o pôr do sol em Cascais, a minha mão dentro da tua.  Ficar a ver a chuva cair dentro do mar.  Passear sem destino.  Escolher o local para as próximas férias.  Coisas importantes e que não podem ficar sem ser feitas.  De todo!
Esta manhã, ao abrir os olhos, percebi que comecei a fazer hoje o caminho de regresso.  Para o lugar de onde vim.  Para ir ter contigo, ao sítio onde me esperas.  Para te voltar a abraçar.  Para ter, outra vez, tempo para te olhar, enquanto me falas de ti.  E me perguntas por mim.  E tanto que tenho para te contar...
Da próxima vez que aqui voltar, sei que não me vou lembrar que já cá estive antes.  Todas as memórias que me enchem a cabeça e o coração serão apagadas.  Ou não... porque, por vezes, tenho a sensação de estar neste tempo a viver uma outra vida paralela.  Como quem vive em dois mundos...

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