A história deles é longa de décadas. De quase quatro décadas.
Conheceram-se no final dos anos setenta, numa altura em que o país se ajustava aos novos ventos de abril e os jovens iam descobrindo um mundo novo. Para eles, abril também significou mudança e nunca mais nada foi igual.
Desde o dia em que se conheceram naquela viagem de estudo e durante muitos meses eles foram a vida um do outro. Para ela a vida não tinha significado sem ele, para ele nada acontecia se ela não participasse. Passaram a ser o vício um do outro, o dia, a tarde, o tempo de estudo e o outro, o dos abraços e beijos. Todo o tempo era pouco para estarem juntos. E, na despedida, era o até logo em vez do adeus e todos os minutos passavam em contagem decrescente até ao próximo reencontro.
Um dia não foi mais assim. O orgulho falou mais alto que o amor e, em vez de adeus, disseram "nunca mais" e isso deixou-os de mãos vazias e coração triste.
Passou tempo. Muito tempo, mesmo. De todas as vezes que ela ouvia a expressão "nunca digas nunca", era dos olhos dele que se lembrava e do abraço que não chegou a receber. As memórias daqueles meses acompanharam-na e a ele, durante o caminho que fizeram.
Depois disso muitas histórias aconteceram na vida deles. E na do mundo, também...
Hoje estão de novo juntos.
O "nunca mais" passou a ser um "para sempre". E este significa até nunca mais ter fim, que é como quem diz, enquanto eles o quiserem...
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