sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Hoje é dia de escrever sobre o amor.  Que é o mesmo que escrever sobre a partilha.  Ou a confiança.  Ou a entrega.  Ainda sobre o sorriso e a esperança.  
Todos os amores que eu tive (que eu tenho!) me fazem falta.  Não dispenso nenhum.  Todos estão na minha vida, mesmo os que eu já não encontro no meu horizonte visual.  Esses, sempre que penso neles estou a vê-los.  Converso com eles, ouço-os, chego mesmo a questioná-los e a pedir-lhes opinião em pensamento.  Por vezes consigo perceber o que me dizem, pelos sinais que me dão.  Outras vezes parece-me que deixam ao meu critério a decisão final.  E nem sempre corre bem...
Os meus amores estão comigo para isso mesmo, para me acompanharem no caminho, para me aceitarem e me mostrarem as vezes que estou errada (e que são tantas...) e as outras em que acertei (a maior parte, felizmente!).  Valem por isso, são meus!   Eu, para eles, também sei que sou uma âncora ou uma nuvem, depende do seu estado de espirito.  Mas não passam sem me ter por perto, eu sei...
Os amores fazem-me falta. Os meus.  Todos eles, sem excepção.  E sobram-me em saudades e em espaço vazio.  Espaço esse que eu nunca preencho com outro amor, porque não encaixa, como num puzzle.  Para mim e para sempre, o lugar deixado por um amor continua com ele dentro, não há forma de ser diferente.  O espaço onde viveu um amor é dele, seja qual for a circunstância em que se tenha ido embora, em que eu o tenha deixado ir.  E esse sitio vazio fica dentro de mim a minha vida inteira.  
Já o tempo de vida dos amores é outra coisa e é diferente de uns para os outros.  Alguns estão comigo desde que nasci, outros foram nasceram entretanto.  Uns são deixados para trás durante o caminho, outros fica-se a vê-los ir.  Nem sempre é fácil conseguir segurar um amor.  Nem sempre é certo querer fazê-lo.  Por vezes a dor menor é deixá-lo ir e ficar a cruzar os dedos para que ele seja feliz.  Então, o amor vai mas o espaço que era dele fica comigo no resto da minha vida.
No meu coração há lugar para todos os amores.  Os que são meus.  Sem atropelos, sem comparações, sem dramas.  Para mim, cada um é exclusivo e insubstituível.  Para cada um deles também eu sou (também eu fui, um dia...) única, eu sei. Nenhum toma o lugar de outro.  E mesmo quando uma vez me enganei e chamei a este amor o nome do outro, era já este que eu sentia agora, apenas fui traída pela minha memória. 
Dentro de mim está sempre um espaço aberto para um novo amor.  Venha ele de que forma vier, a parte melhor é que no meu coração eu sei que há sempre lugar para mais um.  Que pode vir hoje ou amanhã, que pode até já ter chegado e estar lentamente a instalar-se...

Sem comentários:

Enviar um comentário