quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Há verbos que eu não conjugo.   Que não quero conjugar.  Porque não fazem parte do meu vocabulário, do meu quotidiano.  Que não uso porque não os quero para mim.  Passo por eles e nem quero saber da sua existência.  Desses verbos fazem parte morrer, mentir, magoar, trair, desistir.  Enganar, também.  E chorar, claro.
Há verbos que nem precisavam de existir.  A minha vida passava muito bem sem eles.  A do resto do mundo também, acredito.  A não ser que pudéssemos usar apenas o seu inverso.  Ainda assim, prefiro que não existam.  Porque pensar no seu inverso é estar sempre a passar por eles.
Há outros verbos que deveriam de ser usados mais.  Abusados, mesmo.  Viver, sorrir, construir, partilhar.  Ajudar, ainda.  E amar, sempre.  Fazem falta na vida do resto do mundo.  E na minha, também.  Como a pontuação numa frase.  Sem eles, todo o sentido fica sem sentido.  Sem eles, os dias ficam imensamente vazios.  Inúteis, mesmo.

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