quarta-feira, 25 de junho de 2014

De que adianta olhar para fora quando dentro de nós está o mundo?  Inteiro?  Aquele que nos acolhe, que nos abraça, que nós criámos?  Para quê querer ver o que acontece do outro lado, quando na nossa casa, na nossa alma, é um sem fim de emoções?  E todo o tempo que temos, todo o tempo que vivemos, já não vai ser suficiente para as saborear por inteiro?  Será egoísmo?  Poderá ser narcisismo?  Poderá?  Sempre vivi para dentro da minha vida, em função das minhas escolhas.  Os "outros" só existem porque eu estou aqui, porque eu os faço viver dentro de mim.  Acredito nisso.  E os outros "outros", os que eu não conheço, são seres sem eco nem sombra que apenas circulam à minha volta.  À nossa volta.  E que nem existem até um dia os conhecermos e os fazermos nossos qualquer coisa - nossos vizinhos, nossos colegas, nossos amigos, nossos amores.  E aí a nossa vida muda, por  causa disso, a vida deles fica misturada na nossa, nalguns casos entrelaçada, mesmo.  Ficamos mais ricos com o que nos trazem, sempre.  De outras vezes, ficamos vazios quando nos voltam as costas.  Quando decidem que o mundo lá fora é a casa deles e nos trocam assim, sem retorno.  E quando voltam a fazer parte dos "outros", os que não conhecemos, os que nem sequer existem.  De que serve um mundo inteiro lá fora quando dentro de nós está o universo?

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