Tu ainda não sabes, mas hoje moraste no meu sonho. Quando ele chegou, tu já lá estavas. Fiquei até com a impressão que ele se adaptou à tua presença e girou à volta dela. Não me lembro do que sonhei, quase nunca me consigo lembrar do enredo. O que importa foi ter-te tido comigo durante toda a noite, durante todo o tempo sem tempo que o meu sonho durou. Tão real, tão físico, que a minha mão ficou quente dentro da tua e os meus cabelos cheiram ainda ao perfume que te ofereci no último Natal. De manhã, quando a noite acabou e tive que me levantar, desejei mentalmente poder continuá-lo mais tarde. Como se a vida real que entretanto ia acontecer fosse um intervalo no meio do sonho. Ou, então, desejei seguir com ele durante o dia. Dentro dele. Eu e o meu dia, as minhas rotinas e os meus imprevistos, e o caminho fosse só o que eu escolhesse. Quem sabe? Logo mais, quando me deitar de novo, será que o sonho me vem visitar? Que espera por mim na almofada? E te traz, outra vez, inteiro, dentro dele?
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