quarta-feira, 21 de maio de 2014

Tu ainda não sabes, mas hoje moraste no meu sonho.  Quando ele chegou, tu já lá estavas.  Fiquei até com a impressão que ele se adaptou à tua presença e girou à volta dela.  Não me lembro do que sonhei, quase nunca me consigo lembrar do enredo.  O que importa foi ter-te tido comigo durante toda a noite, durante todo o tempo sem tempo que o meu sonho durou.  Tão real, tão físico, que a minha mão ficou quente dentro da tua e os meus cabelos cheiram ainda ao perfume que te ofereci no último Natal.  De manhã, quando a noite acabou e tive que me levantar, desejei mentalmente poder continuá-lo mais tarde.  Como se a vida real que entretanto ia acontecer fosse um intervalo no meio do sonho.  Ou, então, desejei seguir com ele durante o dia.   Dentro dele.  Eu e o meu dia, as minhas rotinas e os meus imprevistos,  e o caminho fosse só o que eu escolhesse.  Quem sabe?  Logo mais, quando me deitar de novo, será que o sonho me vem visitar? Que espera por mim na almofada?  E te traz, outra vez, inteiro, dentro dele?

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