quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que é que leva alguém que não nos conhece de lado nenhum a pedir-nos amizade nas redes sociais?  Que motivação tem uma pessoa que age assim?  Que nos interpela, não para perguntar as horas ou a localização de uma rua, mas para saber se a aceitamos no nosso círculo de contactos.  Que no meu caso até é restrito e se limita apenas a quem conheço da vida real.  Que propósito tem alguém que me pergunta "Posso ser teu amigo?  Não para te ajudar nas tuas tarefas, nem para te acompanhar nas horas sozinhas, antes para ser apenas mais um número na tua lista..."
E como é que se ia sentir essa pessoa se, numa hipótese remota, eu a aceitasse?  Ia integrar-se no grupo como se sempre tivesse feito parte dele?  E comentar as minhas fotos e os meus posts?  E colocar gostos por onde passasse?  Ou, pelo contrário, sentir-se-ia sempre um penetra e acabaria por sair pelos seus próprios pés?  
Tudo isto me parece estranho e anti-natura.  Talvez porque eu ainda pertença ao grupo dos que recebem os novos conhecimentos das mãos dos amigos, dos irmãos, dos colegas.  E gosto que assim seja.  Talvez porque eu guarde as amizades pela qualidade das mesmas, nunca pela quantidade.  E também gosto que assim seja.  Talvez por eu me sentir sem jeito perante a solidão que revela este gesto.  E porque não gosto nada disso...

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