quinta-feira, 17 de abril de 2014

Não gosto de Quim. Nem de Chico. Ou de Dado. Gosto de Joaquim, de Francisco, de Eduardo. Não gosto de diminutivos. Prefiro nomes inteiros, com princípio e fim.
Gosto da sonoridade doce de Francisco. Já Chico parece-me assim meio estranho, quase infantil e brincalhão. Não me imagino a dizer "amo-te, Chico". Mas se for "Francisco, tu és a minha vida" já tem outro sabor. Chico tem mais a ver com "passa a bola, Chico!", com brincadeiras e corridas. 
Não gosto de diminutivos. Na infância tive um amigo a quem chamávamos Dadinho em vez de Eduardo. Brincávamos juntos, fazia parte do grupo de amigos do Clube Militar, em Lourenço Marques. Deixei de o ver há muitos anos. Às vezes, penso que o Dadinho não quis crescer e ficou sempre daquele tamanho. Ou então, se calhar, transformou-se num sério e bonito Eduardo e já tem netos. Quem sabe? 
Em tempos, também eu tive um diminutivo. Era a Sissi e assim foi durante muitos anos, pela boca da minha Avó. Invariavelmente os muitos postais que me escrevia para Moçambique começavam por "Sissi, minha querida neta" e eu sabia que eram para mim. E respondia sempre que a ouvia chamar-me assim. Mas hoje não me acompanha mais, não o trouxe comigo quando cresci. E, se pensar bem, nem me consigo lembrar de quando o perdi... acho que o deixei bem lá atrás, num lugar que visito de vez em quando onde vivem todas as minhas memórias e que chamo de saudade.

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