quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

24fev14
Há dias que são importantes. Porque sim. Porque fazemos anos, porque vamos viajar, porque temos uma prova ou uma consulta médica especial.  Ou então porque acabámos de ler aquele livro que nos acompanhou nos últimos tempos e cujo fim vamos adiando, inconscientemente, como quando se quer prolongar no tempo os últimos momentos.  Como se receássemos que o simples gesto de voltar a página fizesse acabar toda a magia.  E apesar de já sabermos como ia terminar,  E apesar de já ter mesmo terminado.
Hoje foi um desses dias especiais.  Pela primeira vez, doze anos depois, decidi não te felicitar pelo teu aniversario.  Nao que me tivesse esquecido (como se isso fosse possível!) mas porque achei que era já tempo de te posicionar no lugar a que tu próprio te remeteste.  E que eu, por distração, nao me tinha apercebido.  Ou por teimosia.  Por querer manter-te vivo nos meus dias, quando tu já me tinhas morto.  E à nossa história.  Porque te é mais fácil recordar-me pensando que estou morta.  Porque adoptaste a viuvez que te foi imposta pelo destino para todos os outros desencontros que encontraste na vida.  Foi assim que me esqueceste, quando te pedi para desistires de nós.  Foi assim que conseguiste perdoar eu ter chegado ao final antes de ti.  Antes de teres dado conta que a nossa história já tinha terminado.
Doze anos depois eu decidi virar a tal página.  E chegar ao fim deste livro que me encantou, me acompanhou, me desiludiu também, mas que gostei de ter lido do principio ao fim.  E que agora deixo arrumado na estante, ao lado de alguns outros livros que também fizeram parte desta história que vivo todos os dias.  Que celebro todos os dias.  E cujo final nao quero que chegue!

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