sábado, 7 de dezembro de 2013

Amar dá trabalho.  Encontrar alguém que achamos parecido connosco, deixá-lo entrar no nosso coração, decidir fazer o caminho na sua companhia até pode parecer fácil, mas viver com essa decisão o resto dos nossos dias é algo que só se consegue com muito esforço.  
No início todos os amores parecem simples.  O encantamento da descoberta, da novidade, os carinhos, o "faço tudo por ti", o "és tudo para mim", tudo é simples e imediato, tudo sai da boca mesmo antes de passar pelo coração.  Não há nenhuma tabela para medir os sentimentos, uns mais contidos e discretos, outros mais intensos, mas todos fazem nascer asas nos pés dos amantes e os deixam a voar por aí.  
Nessa altura todos os projectos em comum são possíveis.  Aliás, nessa altura, a palavra impossível ainda não mora no pensamento de nenhum deles, ainda faz parte do desconhecido.  É o tempo das promessas, dos projectos, do "para sempre".  É o tempo de esquecer o resto do mundo e viver apenas para esse amor, deixar para trás toda a vida e ficar sempre assim, junto dele, mão na mão.  É o tempo em que cuidar dele deve ser o principio e o fim de tudo.  Dar-lhe raízes para que se fixe e se sinta seguro, para que nunca lhe seja fácil partir.  Para que ir embora nunca seja opção.  E dar-lhe também asas para que se sinta livre.  Porque estar preso não é bom, nenhum amor merece isso.  Nós, os que cuidamos dele, também não queremos essa sensação.  Queremos estar livres para amar, para sermos um só, sendo sempre dois. 
Amar dá trabalho.  Faz-nos bem, enche-nos a alma de alegria e de luz, mas dá muito trabalho.  E só quem se empenha a sério nesse projecto que é cuidar de um amor dia após dia é que o chega a conhecer.  
Amar dá trabalho.  E alegria, também.  Muita alegria.

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