quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Diário de uma Voluntária 03/10/2013

E porque é que a sopa não tem sabor a pudim? 
Uma das coisas que mais gostei de fazer quando as minhas filhas eram pequenas era dar-lhes de comer. Vê-las experimentar novos sabores, sentir o arrepio do iogurte, o doce da banana, o crocante da bolacha era algo que me deliciava sempre. Mesmo quando a sopa de peixe vinha salpicar a minha cara... Ainda hoje, sempre que tal é possível, adoro dar da comer aos meus sobrinhos pequenitos.
Agora, nesta nova realidade, dou de comer a idosos, uns mais autónomos que outros, mas todos muito críticos em relação a novos sabores. Acredito mesmo que alimentos familiares, se tornam novos a cada refeição. A idade avançada e a doença, na maioria dos casos, fazem esquecer paladares e sensações e tudo fica a ser novidade. E, aqui, nem sempre novidade é sinónimo de boa nova, de coisa boa...
Hoje, particularmente, o almoço até estava bom. Apetitoso, mesmo, eu também comi o mesmo menu. A sopa de hortaliças e a solha com batatas e brócolos eram dignas de qualquer cozinha que se preze, tenho essa certeza. Mas de cada vez que ajudei, surgiu sempre a mesma questão - porque é que a sopa não tem o sabor do pudim?

Sem comentários:

Enviar um comentário