quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Hoje passei de novo naquela estrada.  Lembras-te?  O hotel ficava do lado direito, por trás de umas árvores altas, mais altas do que as que viviam na minha memória.   Passaram cinco anos entretanto, uma mão cheia de tempo.  
Não sei o que me fez virar o rosto, ao passar de carro.  O meu caminho era em frente e era para lá que eu deveria olhar.  E, de repente, lá estávamos outra vez os dois naquele quarto, pequeno em tamanho, enorme em emoções.  Fechei os olhos e senti a tua mão no meu cabelo, os teus labios nos meus ouvidos.  "Não me sais do pensamento", dizias sempre.  E, a seguir,  ouvia-te dizer como quem pensa em voz alta "desta vez vai ser para sempre...".  Mas não foi.  Nada é para sempre, lembras-te?  Nada mesmo...
Não sei quando foi que aconteceu mas saí do teu pensamento pouco tempo depois.  Da tua vida também.  Um dia escolhi outro rumo e todos os projectos que trazias dentro de ti ficaram por realizar.  Lembro-te muitas vezes, lembro-nos quase sempre.  O tempo que passámos juntos foi bastante para que ficassemos alojados dentro do meu coração.  
Nada é para sempre, tu sabes..  Só as memórias, se soubermos cuidar delas. Apenas isso, as memórias.  Estas e só estas é que poderão ficar para sempre.

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