sábado, 19 de dezembro de 2015

Talvez um dia eu me sente aqui a pensar nos dias que ficaram lá atrás e sinta uma enorme vontade de chorar.  Talvez, nesse dia, eu fique zangada por tu já não estares ao meu lado.  Pode até ser que eu me tenha iludido na certeza que iríamos envelhecer juntos.  Acredito mesmo que eu tenha petrificado essa ideia dentro de mim e sacudido qualquer outra que pudesse ter, entretanto, aparecido.  Porque todos os sinais que me foste dando, desde aquele dia a caminho de Viana do Castelo, foram nesse sentido.  E porque todos os outros dias que vivíamos a contar os minutos para nos encontrarmos no intervalo da aula de Português, também me fizeram acreditar nisso.  Lembras-te desses dias?  E desses abraços?  Como poderíamos esquecer?  E, ainda, porque, alguns anos depois, quando te voltei a ver, só me vieram as lágrimas aos olhos e vesti de novo a pele da adolescente que corria pelo corredor ao teu encontro.   
Talvez um dia eu olhe para aquele banco e ainda sinta a minha mão aquecida pela tua.  E ao mesmo tempo, nos meus ouvidos, ainda ecoem as tuas palavras. Quem sabe...?
Por outro lado, é bem possível que sejas tu, daqui a uns anos, a  sentar naquele assento e a ouvir-me, ainda, a dizer "eu adoro-te".  Aposto que quem passar ouvir-te-á responder "e eu a ti...". 
Lembras-te?  Prometes não esquecer?

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