sábado, 15 de agosto de 2015

Por vezes a vida parece acabar.  E aí, tudo o que fica é apenas o resto.
Uma enorme apatia, uma vontade de nada fazer, de não querer que a anestesia passe. 
Até um dia acordar e perceber que não é isso que quero para mim.  Que desistir não é o caminho e que ainda vou a tempo de reagir. E que o que há a fazer é pegar nas pontas soltas desse resto e tricotar um fundo novo, em malha apertada para que não deslasse, e forrar as paredes da vida com ele.
Decorá-lo com as memórias e com os sonhos, ou deixá-lo em branco.
Enfeitá-lo com laços ou com suspiros, não importa.
Mas deixar espaços vazios para outros sorrisos, para novas lágrimas, quem sabe... (podemos sempre acrescentar-lhe mais uns centímetros!)

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