Aprendi que nada é mais importante que os afectos. Nada tem mais peso. Nada é mais leve, também. Aprendi que passo bem sem quase tudo. Menos sem os afectos... (é que me falta o ar sem eles...) Aprendi que a posse dos bens materiais é apenas uma ilusão. Que o que é verdadeiramente nosso é o que temos dentro de nós, o que sentimos, o que desejamos. As memórias que transportamos connosco, também. Aprendi, ainda, que possuímos apenas o que os nossos olhos alcançam, enquanto os mantemos abertos. E o que vemos com eles fechados quando sonhamos, também. Desde que saibamos sonhar. Aprendi que a vida se faz devagarinho, um passo de cada vez. E que o que dantes me parecia longínquo, agora está perto ou já passou. Aprendi que o tempo já vai sendo pouco para tudo o que ainda tenho para fazer. Que o resto da vida pode ser só mais um momento. Ou todos os outros dias. E que o passado pode ter a forma de uma lagarta ou de uma borboleta, consoante a perspectiva em que o vemos. Aprendi que nada justifica mantermos um conflito, muito menos connosco próprios. E que não há alivio melhor do que uma consciência tranquila. Aprendi que cada dia estou mais curiosa com a vida e que já nada me parece definitivo. E que não corro o risco de me aborrecer com a monotonia, porque cada dia é único e absolutamente imperdível!
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