Há pessoas assim. Brincam com a vida como se esta fosse um yo-yo. Não a levam a sério, não têm a noção da sua fragilidade. Acham-se imortais, julgam-se mais importantes que o outro que têm ao lado.
Há pessoas que passam o tempo a fazer zapping. Mudam de estado de alma consoante o vento, consoante a conveniência. Tanto dão para um lado como para o outro, nunca se fixam e a palavra afecto não lhes diz nada. Não se apegam a nada, só às suas crenças.
Há pessoas para quem as janelas não servem para lhes mostrar o mundo lá fora. Os vidros, esses, apenas são usados para se verem reflectidos neles. Essas pessoas estão sempre viradas do avesso, para si próprias, a sua realidade existe à volta da palavra "eu" e de outras que com ela rimam.
Há pessoas assim, pobres de tudo. Ou ricas de nada.
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