E o que fazer com a saudade quando ela nos aperta o peito e nos embrulha a voz? Quando faz o nosso pensamento ficar preso a lembranças e não se libertar delas porque não quer? Ou porque morreria se lhas tirassem? Porque sem elas ficaria irremediavelmente quebrado para sempre?
E o que fazer com a saudade que acorda devagarinho connosco e nos acompanha durante todo o dia até ao anoitecer. E que, à noite, nos espera de novo na cama para aí povoar os nossos sonhos? Porque é no silêncio e na escuridão que as lembranças tomam forma e insistem em se fazer notar. E ao perceberem que estamos sozinhos, ali ficam ao nosso lado, a velar-nos o sono até voltar a amanhecer?
E o que fazer com o vazio que dá corpo à saudade? Como faço para o esvaziar dela? Alguém me diz?
Sem comentários:
Enviar um comentário