quinta-feira, 8 de maio de 2014

E o que fazer com a saudade quando ela nos aperta o peito e nos embrulha a voz?  Quando faz  o nosso pensamento ficar preso a lembranças e não se libertar delas porque não quer?  Ou porque morreria se lhas tirassem?  Porque sem elas ficaria irremediavelmente quebrado para sempre?
E o que fazer com a saudade que acorda devagarinho connosco e nos acompanha durante todo o dia até ao anoitecer.  E que, à noite, nos espera de novo na cama para aí povoar os nossos sonhos? Porque é no silêncio e na escuridão que as lembranças tomam forma e insistem em se fazer notar.  E ao perceberem que estamos sozinhos, ali ficam ao nosso lado, a velar-nos o sono até voltar a amanhecer?
E o que fazer com o vazio que dá corpo à saudade?  Como faço para o esvaziar dela? Alguém me diz?

Sem comentários:

Enviar um comentário