Escolhemos o que gostamos? De quem gostamos? Escolhemos ser o que somos? Como somos? Escolhemos a forma como andamos? O que vestimos e calçamos? O que vemos com os nossos olhos? E ouvimos com os nossos ouvidos? Escolhemos o que podemos fazer nos nossos tempos livres? Temos tempos livres? Escolhemos passear sem destino e sem pressas? Sentar numa esplanada e usufruir do sol? E simplesmente pensar? Escolhemos os amigos que temos? Temos amigos reais, de carne e osso, que nos acompanham neste caminho? Escolhemos ter saudades de quem está longe da vista e dentro do coração? Temos quem tenha, também, saudades nossas? E sorria com a nossa lembrança? Deixamos marcas por onde passamos? Ficámos nas memórias de alguém com quem nos cruzámos antes? Que nos reconhece ao telefone só pelo timbre da nossa voz? E nos diz que já tinha pensado em nós algumas vezes? Escolhemos beber água da torneira a qualquer hora do dia? E carregar no interruptor para acender a luz ou ligar o aquecimento? Todas as vezes que nos apetecer? E mobilar a nossa casa ao nosso gosto quando quisermos? Escolhemos viajar nas férias? E sonhar com isso? Mesmo que essa escolha passe por escolher adiar esse gesto para o mês seguinte, para o semestre seguinte? Escolhemos duvidar dos conceitos estabelecidos e poder discuti-los? Discordar das opções actuais? Poder manifestar livremente essa discordância? Escolhemos mesmo quando a nossa escolha é escolha nenhuma? Temos a liberdade de ter opções? Temos?
De facto, nós somos mesmo felizes, apesar de só alguns - poucos - o saberem...
(ainda a propósito do dia internacional da felicidade - parte II)
Sem comentários:
Enviar um comentário