quinta-feira, 20 de março de 2014

Escolhemos o que gostamos?  De quem gostamos? Escolhemos ser o que somos?  Como somos?   Escolhemos a forma como andamos?  O que vestimos e calçamos?  O que vemos com os nossos olhos?  E ouvimos com os nossos ouvidos?  Escolhemos o que podemos fazer nos nossos tempos livres?  Temos tempos livres?  Escolhemos passear sem destino e sem pressas?   Sentar numa esplanada e usufruir do sol?  E simplesmente pensar?  Escolhemos os amigos que temos?  Temos amigos reais, de carne e osso, que nos acompanham neste caminho?  Escolhemos ter saudades de quem está longe da vista e dentro do coração?  Temos quem tenha, também, saudades nossas?  E sorria com a nossa lembrança?  Deixamos marcas por onde passamos?  Ficámos nas memórias de alguém com quem nos cruzámos antes?  Que nos reconhece ao telefone só pelo timbre da nossa voz?  E nos diz que já tinha pensado em nós algumas vezes?  Escolhemos beber água da torneira a qualquer hora do dia?  E carregar no interruptor para acender a luz ou ligar o aquecimento?  Todas as vezes que nos apetecer?  E mobilar a nossa casa ao nosso gosto quando quisermos? Escolhemos viajar nas férias?  E sonhar com isso?   Mesmo que essa escolha passe por escolher adiar esse gesto para o mês seguinte, para o semestre seguinte?  Escolhemos duvidar dos conceitos estabelecidos e poder discuti-los?  Discordar das opções actuais?  Poder manifestar livremente essa discordância?  Escolhemos mesmo quando a nossa escolha é escolha nenhuma? Temos a liberdade de ter opções?  Temos?
De facto, nós somos mesmo felizes, apesar de só alguns - poucos - o saberem...

(ainda a propósito do dia internacional da felicidade - parte II)

Sem comentários:

Enviar um comentário