De facto, o mundo está cada vez mais pequeno. Encolheu. O que ontem levava semanas ou mesmo meses para percorrer, hoje faz-se num piscar de olhos. Em frações de segundo ficamos ligados a alguém que está a milhares de quilómetros do outro lado do oceano ou já no dia seguinte. Basta os nossos olhos e um monitor e viajamos de Paris a Xangai, de Roma a Pretória, de Nova York a Munique, ao mesmo tempo que trincamos um pastel de nata numa confeitaria da baixa lisboeta. Quando pesquisamos na net o hotel para as férias, naquele destino de praia que só conhecemos dos filmes e das revistas, só não ficamos bronzeados porque a nossa vida ainda tem um quanto de real...
De facto, com a tecnologia terminou a magia do desconhecido, da descoberta. Tudo aquilo que nos dava gosto desvendar, os segredos, as histórias. Deixou de haver emoção, suspense, a solução já se adivinha antes mesmo da existência do problema. Mas isso não serve de nada, não ensina nada...
De facto o mundo está cada vez mais pequeno. Do tamanho da nossa mão ou com o comprimento que os nossos olhos alcançam. Mais pequeno. O que não significa mais acolhedor. Nem mais seguro. Nem mais nosso. Também por isso, às vezes apetece-me mesmo gritar - "párem o mundo que eu saio aqui!"
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