domingo, 10 de novembro de 2013

Não gosto da morte. Passava mesmo muito bem sem ela. A ideia de ir embora e de tudo acabar é muito redutora. Por outro lado, ter de iniciar um eterno monólogo e não encontrar mais respostas, também não me parece nada bem. Ontem, na homilia de um padre e a propósito da despedida do pai de um familiar, fiquei a saber que não sou a únca a pensar assim. "Deus não gosta da morte" , dizia ele. "Deus sabe que estamos aqui para ser felizes". Senti-me reconfortada, quase como se Ele estivesse ali, ao meu lado, e me sorisse. Afinal é bom sabermos que estamos do lado de Deus, ainda que isso em nada impeça a inevitabilidade da morte. Ainda que nada mude e eu continue a sentir que tudo isto é demasiado frágil e efémero e a agradecer-Lhe diariamente o milagre da vida. De facto, nada disto nos pertence, tudo não passa de um empréstimo temporário pelo qual somos responsáveis. A única coisa que temos mesmo é a ilusão de que somos donos da nossa vida, da nossa saúde, da dos nossos filhos, dos bens materiais que adquirimos, etc, etc. E essa ninguém nos tira, a não ser a própria morte. Também por isso, não gosto da morte.

1 comentário:

  1. Aqui está um tema que, por impulso do que a Graça escreveu, um dia destas abordarei. Para já, os meus votos de uma longa vida, com muitas e boas obras, sem esquecer que nascemos para morrer.

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