quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Diário de uma Voluntária 19/12/2013

"vamos ter saudades suas", "tem a certeza que quer ir mesmo?", "gostei tanto de a conhecer!"... hoje foram estas as frases de despedida na CSM. Hoje quase me fez chorar o sentir que a expressão "até qualquer dia" tem o significado "até nunca mais" para alguns deles. Eu também vou ter saudades, também vou pensar neles todos para sempre. Levo-os comigo, ocuparão o espaço vazio no meu coração que ficará cá. Vai fazer-me falta o sorriso que recebo ao chegar, as histórias de vida que me contam, os afectos que levo comigo, a esperança que lhes deixo. Foram sete meses de convívio e os laços criados têm o formato de nuvens e raízes de betão. Por causa deles os meus dias ficaram mais completos, mais úteis, maiores. Por causa deles eu fiquei mais rica, mais serena, mais feliz. Porque conheci o fim do caminho e sei o quanto tenho que valorizar o percurso que ainda falta até lá chegar. Porque tomei consciência (mais ainda!) que o meu tempo é único e irrepetível e que tenho que o agarrar sem demora. Porque tive o privilégio de estar perto da experiência, da prática, do conhecimento. Da humildade, também, de quem sabe que pedir ajuda não é sinónimo de fraqueza, mas de partilha. Obrigada! Pelas histórias de amor que conheci. Pelos desencontros que não pude evitar. Pela esperança que me deram a conhecer. Por me fazerem sentir cada dia mais bonita. Vou para longe mas ficarei sempre perto, prometo. E, quem sabe, um dia voltarei se a vida mudar de novo. "Volta, não volta?", perguntou-me a D Custódia à saída... Claro que sim, vou só ali viver o resto da minha vida e já volto...

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